quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Então?...Agora o que somos?

Despido num tempo já de si nu, sinto a revolta interior perder o ânimo com que me costumava deleitar de esperança.
Trombetas de mediocridade tocam a rebate, fazendo as vibrações mecânicas atingir os ouvidos internos dos sábios enganadores credenciados, e assim, querendo ou não querendo, o engano é o dogma de todas as desmistificações almejadas.
A estatística não estuda  a perda do equilíbrio, o sofrimento, ou a desesperança de cada cidadão ou família.
Na Terra, muitas cabeças pensantes, muita complicação latente, muito do muito por fazer já desfeito e ainda vidas supérfluas de contentamento infra-glorioso.
Os que se prestam, parece que não prestam, e na consubstancialidade dos semi-caos  gerados pelos que não se prestam, as vidas de todos mentem e a Terra parece já um grande manicómio.
Coloca-se assim uma questão assaz pertinente. Como sair ? Como apagar os erros e como recomeçar?
Milhões de teses, biliões de símbolos, muitas ideias, alguns ideais e rebanhos dirigidos por pastores estranhos configuram a lista das possibilidades reais.
Da aflição à desistência um passo pode ser demasiado longo e ninguém parece compreender o paradigma da esperança, tudo tem de ser obrigatório, não existe liberdade, não há escolha, não há alternativa.
Mas o futuro não deve ser talhado no presente? A Liberdade e Responsabilidade de todos não são objectivos primários?
Que poderemos fazer para inverter o corolário de que como é difícil distribuir o bem, se for possível faça-se a guerra?
Por si, os cidadãos do mundo ( muitos nem terão consciência disso) não conseguem harmonizar esforços para permitirem uma vivência tranquila a si e aos outros, sociedade ideal não existe e assim, sendo a Democracia um ideal também inatingível, resta-nos viver a batalha diária contra o que sendo fútil é a substância de um animalesco instinto de sobrevivência.

Um escravo do século XXI apelando à liberdade.